A trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, como tema de política educacional, é, historicamente marcada por ações fragmentadas e descontínuas, em geral oferecida via programas e/ou campanhas desenvolvidas para alfabetização, sem que, no entanto, tenham sido institucionalizado programas mais amplos de atendimento à demanda de escolarização de jovens e adultos.
Observa-se, ainda, que, por não haver uma política indutora da União, estados e municípios atuam de maneira distinta , secundarizando o atendimento de tais demandas. Em relação a este fato, Torres (1992, p. 79) assinala que os motivos para o papel secundário ou marginal da educação de adultos na América Latina decorrem de “ característica socio-econômicas e à localização estrutural de sua clientela potencial, e a falta de poder dessa clientela”.
Ao analisar os eventos e documentos produzidos pelos diversos organismos financiadores, nas décadas de 1960 a 1980, Torres infere que o planejamento de políticas educacionais e os recursos destinados para EJA demonstram que ela é considerada mais uma despesa de consumo do que investimento educacional.
Outro aspecto destacado pelo autor, para reforçar o que foi dito sobre a relevância da educação de adultos nas ações de governo, é que sua implementação sempre reflete algum interesse “quando há uma mudança nos padrões de acumulação de capital na forma do regime político, ou nas necessidades do estado de aumentar a legitimação política” (SANDER, apud TORRES, 1992, p. 79). Acrescentamos a esse fator o compromisso de aumentar os índices educacionais positivos que os países em desenvolvimento têm com Banco Mundial, que força esses Estados a incluírem a EJA em seus programas de governo…
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