marcus-fabio-2Percebemos que no discurso continuamente proferido por “Vossas Excelências” há uma preocupação, não sei se legítima, sobre o “futuro do nosso país”, porém gostaria de ponderar alguns fatos e dados:

  1. Que tal suspender os recessos brancos e o décimo quarto salário dos Senhores (E não os nossos míseros 45 dias de férias…) visto que poderíamos, com esse dinheiro, alavancar o país?;
  2. Lembrem-se que vocês não precisam trabalhar trinta anos para gozar de aposentadoria especial, conquistada, por sinal, após longos debates, e muita, muita luta (e não após troca de favores…);
  3. Não custa lembrar a “Vossas Excelências” que nossos míseros salários pouco servem até mesmo para comprarmos nossos remédios, visto que, raramente, findamos a nossa carreira sem estarmos bastante debilitados (bem diferente dos Senhores);
  4. Nosso descanso pedagógico é mínimo, se comparado aos dias que os Senhores não trabalham, que, por sinal, são aproveitados pelos Senhores para ficarem com a família, e suas “bases”, visto que os Senhores não têm provas ou trabalhos para corrigir ou elaborar durante o percurso de um ano inteiro;
  5. Não somos convidados nem ovacionados em festas, até porque somos os elaboradores das mesmas, que só ocorrem por que fazemos uma “rifinha” para sortear, um objeto comprado com nosso dinheiro e sorteado com toda a/nossa comunidade escolar (tragicômico não é mesmo esta situação…);
  6. Piso salarial, e digno? Quem dera! E quem dera também pudéssemos legislar sobre os nossos ganhos (como assim o fazem os Senhores… e sem a menor cerimônia). Para termos nosso “piso” no bolso, incessantemente temos de suar, e muito, a camisa, e não simplesmente dizer quanto, do jeito que os senhores o fazem, é preciso ganhar (a mais… bem mais que um trabalhador “comum”);

Senhores políticos, que tal passar aqui na escola e entrar na “vaquinha” do café, e da água, talvez assim os Senhores valorizassem tudo o que precisamos ganhar.

Como seria interessante receber, sem por ele nada pagar, combustível suficiente para encher o tanque do meu transporte, poder ter um carro à nossa disposição 24h (e com motorista…, ar condicionado, wi-fi, todo blindado…), além de um montão de gente para me “prestar assessoria”, além, claro, ter umas “passagenzinhas” de avião para que se possa viajar para que eu possa “espairecer”. Garanto que, se assim acontecesse eu, com certeza, não teria que trabalhar três expedientes, o que, para sua realidade, é coisa impensável, e fora de cogitação!

Senhores políticos, insisto em dizer que os professores não estão levando nem nunca levarão nosso País à falência, porque, se depender da (descom)postura dos Senhores, ele já está fa-li-do!

Só nos resta, como formadores de opinião, levar à nossa categoria esses “pequenos” fatos (uma síntese da síntese da síntese…), invadir as consciências com nosso discurso contra aqueles que fazem da política uma profissão, e que permanecem, a cada mandato, mais distantes e desantenados da realidade de nosso povo, e de nossa população, de seus anseios, e reais demandas.

Prof. Marcos Fábio Costa – Suplente de Diretor do Sindicato APEOC