O professor Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, mestre em Educação, faz a seguinte avaliação do resultado do Enem. Diz ele: “o resultado da avaliação pune as escolas progressistas, que têm a preocupação de adequar as necessidades do indivíduo ao meio social em que está inserido. O levantamento é real, mas deveria haver uma forma de mensurar outras questões importantes que devem ser avaliadas, como o estímulo aos professores. O Enem mostra a realidade das escolas e serve para formar o aluno autônomo que aprendeu a pensar e não apenas memorizar. Este ranking sinaliza que está na hora de repensar currículos, o vestibular e o planejamento da educação no Ceará.

O levantamento mostra a supremacia das escolas do Sul e Sudeste e do ensino particular. As instituições privadas têm mais força porque se adéquam melhor ao sistema de avaliação, que hoje é o Enem e antes, o vestibular tradicional que engessava a educação.

Já as escolas federais e as militares, são a ilha de sucesso no mar de fracasso. O sucesso dessas instituições está na seleção rigorosa para ingresso de alunos, além da disciplina. Elas têm o perfil de clientela das escolas privadas. Além disso, estão isentas da violência social. Os mais ricos têm acesso aos colégios militares porque têm condições de fazer cursos preparatórios.

O Enem não vai resolver o problema da educação, mas ajuda a formar o aluno autônomo, que sabe pensar. Não tenho dúvida de que os bons alunos farão o exame. O que o ensino precisa é aproximar mais a educação da vida dos alunos.