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A audiência com o secretário da Educação, Maurício Holanda, e equipe contou com a participação de um grupo de nove professores/gestores escolares e da direção do Sindicato APEOC.

Depois de quase três hora de discussão, a própria Seduc assumiu que o debate foi muito importante e propôs continuar a negociação nesta quinta-feira (07) a partir das 17h. Os presentes aceitaram a proposta e a mesma comissão retornará à Secretaria no horário agendado.

O presidente do Sindicato APEOC, Anízio Melo, reforçou a necessidade da suspenção da aplicação da portaria de lotação para que toda a base possa ser ouvida e os ajustes sejam feitos, antes do início do período letivo. “Não há acordo na forma como foi editada a portaria. Essa é a posição do sindicato. E em relação ao conteúdo, nós queremos que seja discutida. Nós estamos querendo construir a nossa contribuição, coletivamente, para permitir que a Educação Pública do Ceará continue avançando”, afirma Anízio.

Fala, Diretor!

“No caso das Escolas Profissionalizantes, nós temos uma questão específica que é a disciplina de Informática Básica, ofertada a todas as turmas dentro do currículo regular da escola. Até agora não fomos informados de como será a lotação para essa atividade. Será muito difícil manter sem a regência de um professor no laboratório de Informática“. Lea Bastos, diretora da Escola de Educação Profissional Profª Marly Ferreira Martins (Caucaia)

“O reconhecimento dos avanços da Educação no Ceará se deu por conta da parte pedagógica. A maior cobrança que temos das CREDEs e da SEDUC é a proteção do tempo pedagógico. Como vamos manter essa eficiência, sem a lotação dos docentes nos ambientes de apoio pedagógico e sem os PCA´s? Vamos ter que priorizar as demandas. E vamos atender dentro das limitações, já que não teremos o pessoal de apoio pedagógico”. Geovani Maranhão, diretor da Escola Antônio Geraldo de Lima (Itaitinga).

“A portaria é um retrocesso a tudo o que já foi conquistado para a melhoria da Educação. Não tem como botar em prática o projeto político-pedagógico da escola com os termos dessa lotação”. Socorro Nogueira, diretora do Liceu do Conjunto Ceará (Fortaleza).

“Não houve um processo democrático de discussão da portaria de lotação. Uma prévia da portaria foi aposentada nas vésperas do Natal. E o pior, nem as recomendações propostas pelos gestores foram atendidas”. Adriano Oliveira, diretor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Luiza Távora Promorar (Bairro Tancredo Neves – Fortaleza).

“O maior prejuízo causado pela portaria de lotação será para os alunos. Essa diretriz dificulta e até impede o acesso das turmas às ferramentas de apoio pedagógico como os laboratórios de Informática e Ciências. Sem a lotação de professores nesses ambientes, os espaços vão ser subutilizados”. Marcos Paiva, diretor da Escola Jenny Gomes (Bairro Aerolândia – Fortaleza).

“A portaria de lotação atinge um projeto muito importante nas escolas, que é a atividade do Diretor de Turma. Com a redução da lotação de professores nessas funções, vai ser impossível conter o índice de evasão dos alunos”. Adriana Almeida, diretora da Escola Irapuan Cavalcante Pinheiro (Bairro Conjunto Esperança – Fortaleza).

“Na escola que estou diretor, são 1.050 alunos. Mesmo com esse índice de matrícula, em 2015, a unidade não foi tipificada como nível A e não ganhamos mais um coordenador. Atualmente, o núcleo gestor é composto por um diretor, dois coordenadores e dois Professores Coordenadores de Área (PCA). Com a portaria de lotação e a perda dos PCA´s, além dos regentes do laboratório de Informática, a atividade pedagógica da escola fica inviabilizada”. Pádua Soares, diretor da Escola Poeta Otacílio Colares (Bairro Parque Santa Maria – Fortaleza).

“A portaria de lotação da Seduc abala profundamente o desempenho do trabalho pedagógico da escola. Nós vamos perder seis Professores Coordenadores de Área (PCA). É impossível fazer gestão com apenas quatro pessoas numa escola de 2 mil alunos, como é o caso da Adauto Bezerra. Em 2015, 257 alunos foram aprovados no vestibular. Em 2016, vai ser difícil manter esses índices de qualidade com esses cortes”. Otacílio Bessa, diretor da Escola Gov. Adauto Bezerra (Bairro de Fátima – Fortaleza).

“Faltou diálogo no processo de aplicação da portaria de lotação. Essa diretriz vai causar um retrocesso nos projetos pedagógicos que vinham funcionando na escola e fazendo a Educação Pública avançar”. João Bosco Lucena, Escola Manoel Senhor (Aquiraz).