Uma passeata pelo Montese reuniu professores, sindicalistas e alunos de três escolas estaduais. O cumprimento da lei do piso salarial dos professores era a principal reivindicação.

A passeata em favor dos direitos dos professores estaduais acordou os moradores do Montese. A manifestação envolveu alunos de três escolas estaduais que rondaram as proximidades das escolas com cartazes e apitos. Os professores não descartam a possibilidade de uma greve.

“O piso é uma lei para ser cumprida e não negociada”, cantavam os estudantes das escolas estaduais João Mattos, Presidente Castelo Branco e Marechal Humberto Castelo Branco, motivados pela causa dos professores e representantes do sindicato de professores e servidores (Apeoc).

Após mais um mês de greve dos professores municipais, os professores estaduais vivem um impasse. Exigem o cumprimento da lei que criou o piso nacional de salário do professor.

“Queremos apenas que o governador nos pague o piso”, exclamou o professor Paulo Nobre. Ele explica que o valor de R$ 1.187,97 pago aos professores não é legal, pois também estão agregadas as gratificações. Além disso, o sindicato luta por uma reformulação do plano de cargos e carreiras, redução da carga horária de trabalho e abono pecuniário.

O diretor do Apeoc, Marcos Fábio Matos, criticou que esse salário pago aos professores ainda é baixo e desestimula os professores que entram na rede estadual. “Nós não temos possibilidade de fazer carreira. Como atrair novos professores?”, questionava. O sindicalista disse que pelo menos 300 professores que prestaram o último concurso para professor abandonaram o emprego.

Uma assembleia que reunirá sindicalistas, professores e representantes do Governo do Estado está marcada para amanhã, às 8 horas, no ginásio Paulo Sarasate.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), em 2009 foi criada uma Comissão Especial de Valorização do Magistério, composta pela diretoria do Sindicato dos Professores no Estado e representantes do Governo. A comissão se reúne sistematicamente para discutir sobre a carreira e as questões da educação.

Somente no mês de junho, foram três reuniões do governador Cid Gomes com representantes do Sindicato Apeoc. A mais recente aconteceu no dia 13 passado. Benefícios como a implantação da aposentadoria, equiparação salarial entre o professor efetivo e temporário e o estudo de proposta para plano de cargos, carreiras e remunerações foram apresentados.

ENTENDA A NOTÍCIA

Professores estaduais reivindicam o cumprimento da lei que criou o piso nacional de salário do professor aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril deste ano. O valor fixado foi de R$ 1.187,97.

Fonte: O Povo