É inevitável que – em algum momento – professores, SEDUC, comunidade escolar e especialistas em saúde pública tenham que planejar a dinâmica de retorno às atividades presenciais nas escolas.

Entretanto, não passa de mera dispersão definir uma data de retomada sem que tenhamos garantidas todas as normas de segurança estabelecidas pela OMS, a contenção e o controle da pandemia, além de termos uma posição clara por parte do governo quanto ao cumprimento do nosso acordo, tão aguardado pelos professores.

Durante a pandemia, a educação do Ceará vem desempenhando um papel fundamental na manutenção das atividades letivas escolares, garantindo aos nossos estudantes a continuidade do período letivo sem prejuízo quanto ao cumprimento do tempo pedagógico, minimizando as perdas que seriam causadas caso as atividades tivessem sido totalmente suspensas.

O comprometimento dos nossos professores neste imenso desafio de produzir conteúdos e garantir a participação virtual de nossos estudantes foi imenso até agora.

Com muita qualidade, nossos docentes, usando recursos próprios, produziram materiais, gravaram aulas, participaram de ações virtuais, planejaram ações e cuidaram de nossos alunos, com entusiasmo e muita responsabilidade, muitas vezes dividindo seu tempo com os afazeres domésticos e com a família que também sofre as mazelas pandemia.

Toda esta dinâmica de trabalho desempenhada ao longo desses quase 4 meses de isolamento social/quarentena terá sido em vão se houver um retorno às atividades presenciais já em agosto, sem os devidos cuidados quanto à saúde de nossos alunos, professores e profissionais, e sem o cumprimento do acordo, negociado, estabelecido e amplamente divulgado ainda antes da pandemia.

Dessa forma, o sindicato APEOC reafirma que sem segurança, sem observância e qualificação das estruturas das escolas, sem o esclarecimento quanto às formas de financiamento dos novos custos que serão gerados nos espaços escolares, sem uma forma segura de contenção do vírus e – claro – sem o cumprimento do acordo, ainda não há como cogitar o retorno das atividades presenciais.