Nos últimos anos, um tema tem trazido preocupação a educadores e pais de alunos do mundo inteiro: o chamado bullying, termo que não tem tradução para o português e designa formas de violência física ou psicológica cometida por alguém que, de modo deliberado e continuado, humilha, ridiculariza e intimida suas vítimas.

Bom ressaltar que o bullying não se confunde com as brincadeiras típicas da infância, ele é caraceterizado por agressões que podem ser veladas ou não e causam danos muitas vezes definitivos em suas vítimas. Ser humilhado ou ridicularizado em razão de raça, religião, aparência ou qualquer aspecto individual pode diminuir o rendimento escolar e fazer com que crianças e adolescentes sofram de transtornos psicológicos e até físicos.

O tema passou a ser discutido e mais difundido pela mídia de todo o mundo a partir de casos graves de violência em escolas norte-americanas. O mais conhecido talvez tenha sido o ocorrido em 1999, no Instituto Columbine, escola do Colorado (EUA), que se popularizou como massacre de Columbine e inspirou inclusive a realização de um filme. O massacre envolveu dois adolescentes que eram menosprezados pelos colegas, não conseguiam se inserir no contexto social da escola e, em razão disso, desenvolveram sérios problemas psicológicos. Resultou em uma tragédia.

Nos anos 90, muitos outros episódios violentos tiveram como causa o bullying. No entanto, como ainda é aparentemente recente, escolas, pais, vítimas e testemunhas não sabem direito como se comportar diante dos casos. Muitas vezes os pais acham difícil identificar se os filhos estão tendo problemas no ambiente escolar.

Especialistas afirmam que o ideal é ficar atento a qualquer indício, como baixo rendimento escolar, baixa auto-estima, ansiedade e tristeza excessiva. Professores e demais profissionais da escola também podem e devem contribuir para a construção de uma cultura de paz e de respeito às diferenças.

Para ampliar essa discussão em nosso Estado, ingressei ontem, na Assembleia Legislativa, com projeto de lei de nº 139/2010, que dispõe sobre a criação de uma política estadual de combate ao bullying em instituições de ensino públicas e particulares. A ideia é que nossas crianças, desde cedo, sejam orientadas a lidar com as diferenças, de forma respeitosa e tolerante.

Além disso, é preciso que os profissionais sejam capacidados de modo a saber lidar de forma adequada com situações de violência e ainda que os pais sejam incentivados a denunciar casos de bullying no ambiente escolar. É preciso enfrentar esse problema urgentemente, convocando professores, estudantes, pais de alunos e toda a comunidade escolar a um esforço conjunto para erradicar essas práticas de agressões e violências nas escolas.

FONTE: O Estado Editoria: Opinião Data : 28/05/10