[Jornal O Povo 10/08/2020] Entidades representativas dos professores estão mais próximas do que versa o parecer do Conselho de Educação do Estado (CEE), que recomenda aulas remotas até o fim de dezembro. Por outro lado, o Conselho Municipal de Educação (CME) recomenda retorno escalonado e revezamento dos estudantes.

“Nós entendemos que ainda não é o momento de falar em retorno. Falar de voltar às aulas causa ansiedade para muitos profissionais”, diz Reginaldo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretárias de Educação e Cultura do Estado do Ceará e nas Secretárias ou Departamentos de Educação (APEOC).

Para ele, é preciso que o plano de elaboração não seja algo “para inglês ver”. “Não pode ser um programa que não tem alcance. É necessário atender e ter um diagnóstico da saúde do professor e definir política de prevenção e promoção da saúde pública nesta área”.

O retorno também preocupa o presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (ADUFC). Segundo ele, a pressão para continuar o calendário acadêmico e voltar com as aulas remotas elevou a pressão sob os profissionais que, segundo ele, “estão se sentindo incapazes de realizar todas as tarefas neste momento”.

O representante cita que a preocupação com o psíquico dos docentes incomodou para ações efetivas ainda em abril. Naquele mês, a entidade organizou com professores do Curso de Psicologia da UFC um acolhimento aos docentes. Uma abertura para o diálogo. “A gente defende que a retomada seja mais tranquila. Temos relatos de professores muito preocupados. Muita gente colocando o elemento de taferas duplicadas ou triplicadas”, sugere.