A posição da nossa categoria, através do Sindicato APEOC e da Frente Norte/Nordeste em Defesa da Educação, é de completa recusa de um projeto que, ao nosso entender, foi encaminhado por um Governo que perdeu todas as condições morais e políticas de encaminhar reformas em nosso país, principalmente aquelas que vêm literalmente para colocar a Previdência Social como refém dos interesses do mercado e dos bancos.

A APEOC considera que uma reforma, tendo em vista a situação dos professores e professoras, desconsidera os interesses da categoria, imprime às professoras mais 10 anos de idade e 5 anos a mais de contribuição, sem levar em conta que as mulheres têm uma sobrecarga familiar e social, desconsidera as condições estruturais e de saúde, sem falar nos professores, que trabalharão 5 anos a mais para se aposentar.

Este projeto desconsidera a própria OMS, Organização Mundial de Saúde, que coloca a profissão de professor como uma das mais desgastantes. Nossa categoria é atingida por doenças psíquicas e psicológicas, agravadas com um ambiente social onde a violência impera, e que tem levado nossos companheiros e companheiras a não ter mais condições mínimas de estar em sala de aula por mais de 25 anos, como quer o governo.

A reforma entregue pelo Palácio do Planalto oficializa para nós o fim da integralidade e com a mudança da Constituição, torna praticamente impossível ao professor e professora se aposentar com salário integral, no momento que este profissional mais precisa.

Lamentamos com isso o fim do caráter social da Previdência Pública, de garantir aos seus cidadãos e cidadãs, o ambiente com o mínimo de condições para que possam desfrutar do convívio familiar e do próprio lazer quando o seu corpo não aguenta mais.

Para nós, este governo perdeu toda a credibilidade e possibilidade social de caminhar medidas de reforma na sociedade. Por isso, nós vamos reagir, vamos lutar, vamos para as ruas e mostrar para toda a sociedade que a educação tem que ser respeitada.

O governo deveria fazer um Raio X de como está a situação real da Previdência. Quem são os sonegadores e quanto devem. Devedores do Poder Público e da Iniciativa Privada. Por que não cobram dessas grandes empresas, das prefeituras e governos estaduais? Preferem levar os trabalhadores da Educação a uma situação de desespero, tornando praticamente impossível uma aposentadoria tranquila.

Portanto, temos que reagir, pedir ao Congresso Nacional que se coloque como bastião da defesa de nossa sociedade, garantir que a economia brasileira volte a se mover a partir do incremento do salário e da valorização dos trabalhadores, e não para atender aos interesses de um Mercado que quer transformar o trabalhador brasileiro em escravo, sem direito a uma aposentadoria digna.

O Sindicato APEOC repudia essa proposta e o governo pode ter a certeza que nós, trabalhadores da Educação, iremos às ruas, vamos pressionar o Congresso Nacional para que não aprove a reforma, não acabe com a Previdência Social e que não atinja os interesses da categoria da Educação.