Desorganização, descaso e falta de informação foram as principais queixas dos candidatos do concurso para professor efetivo de Educação Infantil e Ensino Fundamental da rede municipal cujo resultado saiu na última quarta-feira, 11.

Os candidatos faziam fila, ontem, no Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (Imparh), organizador do concurso, para dar entrada em recurso que pede a revisão das provas. Porém até as fichas de solicitação faltaram. Segundo eles, a organização divulgou uma lista apenas com os nomes dos candidatos, sem pontuação e com número de matrícula errado.

A maior reclamação dos candidatos é que alguns que não atingiram a pontuação mínima (60 pontos) foram classificados, em detrimento de outros que fizeram acima de 80 pontos e não estavam na listagem. “Fiz 101 pontos e fiquei em penúltimo lugar”, disse, com indignação, a candidata Luiza Coelho.

De acordo com Falcon Felipe Gomes, que concorre a uma vaga para professor de Geografia, a ausência da pontuação na lista de classificados impede que os candidatos saibam em que posição estão. “Como vamos saber quanto os outros fizeram”, indagou. Para ele, é inconveniente ter de se deslocar para entrar com recurso. “É um processo cansativo. A prefeita prometeu duas mil vagas e fez o concurso para apenas mil”, afirmou.

Desorganização

Os candidatos reclamaram também da falta de organização do concurso. Para eles, o processo já começou desorganizado. “Faltou energia, as salas não tinham estrutura, as provas foram distribuídas com atraso e pessoas entraram depois do horário permitido”, resumiram.

Conforme a presidente do Imparh, Iris Tavares, o concurso foi tranquilo. “Não tivemos problemas. Criou-se uma celeuma de não divulgação do gabarito. Esse foi o único problema”. A presidente explicou que a não divulgação do gabarito foi uma medida prevista no edital do concurso para preservar a privacidade dos candidatos e evitar as fraudes, que, segundo ela, é a maior preocupação do instituto atualmente. “A lei do concurso é o edital, então temos de seguí-lo”, ressaltou. O edital também prevê apenas a divulgação dos nomes dos candidatos, sem pontuação ou outros dados, segundo a presidente.

Questionada sobre a quantidade de recursos, Iris argumentou que o instituto não imaginava que os pedidos seriam sobre a colocação dos candidatos, mas em relação ao gabarito. “É perfeitamente cabível o pedido de recurso. É direito dos candidatos”. A presidente afirmou que, até hoje, último dia para dar entrada em recurso, sejam recebidas mais de 600 solicitações cujos resultados da primeira fase serão divulgados no próximo dia 23 de novembro.

O concurso teve 18.722 inscritos, dos quais 1.276 foram aprovados. Hoje, o site do instituto (www.fortaleza.ce.gov.br/imparh) divulga a pontuação dos candidatos.

ENQUETE

Classificação

Rivera Fontenele
29 anos
Pedagoga
FIZ 68 pontos, atingi o perfil, mas meu nome não estava na lista. Isso aconteceu com muita gente que fez mais de 60 pontos

Mariana Passos
26 anos
Pedagoga
Atingi mais ou menos 80 pontos, mas não estava na lista. Consegui fazer 50% de cada uma das três partes da prova

FONTE: Diário do Nordeste Editoria: Cidade Data: