No 1º Seminário Nacional de Educação Integral/2010, ocorrido em maio em Brasília, Denílson Bento da Costa, secretário geral da CNTE e palestrante destacou a necessidade de manter três elementos intimamente associados, não só entre si, mas com outras políticas educacionais, nas quais estão o financiamento da educação, a valorização do profissional e a gestão democrática.
Segundo Denilson, não há como interligar a atividade profissional, os tempos e o currículo se não por um processo de construção coletiva do projeto-político pedagógico da escola, a gestão democrática. A CNTE considera não ser possível a institucionalização da escola de tempo integral, essencial para a formação pedagógica e cultural dos estudantes, sem que os avanços estruturais ocorram.
No Brasil, a opção pela escola de tempo parcial deveu-se à escassez de recursos e à falta de prioridade de governo em ofertar escola pública de qualidade. Porém, com a urbanização e a consequente democratização do acesso escolar, o país optou por uma escola em que os professores pudessem fracionar suas jornadas para atender um maior número de estudantes. E aí surgiram as problemáticas que até hoje predominam as lutas sindicais: salários aviltados, duplas e triplas jornadas, falta de condições de trabalho e o inevitável impacto na qualidade.
Por fim, Denílson Costa enfatizou: “Não bastam políticas de formação ou de acesso qualificado à profissão. É preciso valorizar, através de salários condignos, jornada de trabalho integral e numa única escola, condições de trabalho adequadas, além de formação inicial e continuada compatível com as necessidades impostas pelo processo histórico-cultural-pedagógico, ofertada pelo Poder Público e na perspectiva de uma política de Estado.