noticia issec.pServidores do Estado apontam dificuldades em realizar consultas e exames. Anestesiologistas precisam ser pagos por fora. Issec diz que estudo está sendo elaborado para melhorar a remuneração dos profissionais

Para conseguir certas consultas e exames, é uma complicação. Anestesista, só pagando por fora. Quem vive no Interior tem ainda mais dificuldade em conseguir acesso aos serviços a que têm direito. Essa é a situação relatada por servidores que dependem da assistência médica do Instituto de Seguridade Social do Estado do Ceará (Issec).

As reclamações são parecidas e escancaram uma realidade que deixa sem assistência servidores que contam décadas de trabalhos prestados. Por esses motivos, servidores de Fortaleza e de outros municípios realizaram protesto em frente à sede do instituto, no Centro, na manhã de ontem.

A mãe de Ângela de Oliveira, Maria Estela de Oliveira, 63 anos, está aposentada, mas viveu as últimas décadas como servidora alocada, principalmente, em unidades de saúde. Nos últimos meses, a própria saúde fraquejou, e ela necessitou de assistência. Precisou pagar R$ 300 e R$ 150 por exames que o Issec não autorizou. Na manhã de ontem, a filha foi receber as guias para a internação da mãe, que fará uma cirurgia. A notícia é de que precisarão pagar R$ 500 por um anestesiologista.
 
Convênios descontinuados

Desde junho, o convênio do Issec com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest-CE) foi encerrado, uma vez que a categoria considerou os valores baixos. Outra cooperativa que encerrou o atendimento aos servidores foi a de Endoscopia do Ceará, que anunciou em seu site a paralisação a partir do último dia 27.

O instituto, por meio de nota, indicou que, apesar da prorrogação do edital de credenciamento para profissionais e unidades, alguns não apresentaram os documentos ou interesse em continuar o contrato.

Como solução, estaria sendo elaborado estudo para implantação da “Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), melhorando a remuneração dos profissionais de saúde credenciados”.

Já a dificuldade em marcar consultas foi classificada pelo Issec como um problema nacional. Segundo a nota, o instituto não tem como controlar a agenda dos profissionais liberais credenciados. Para evitar fila, foi implantado, desde março de 2012, um serviço de agendamento de procedimentos de saúde.

ENTENDA A NOTÍCIA

Servidores fizeram manifestação para chamar a atenção para a dificuldade em acessar serviços do Issec.

Anestesiologistas precisam ser pagos por fora. Issec indica que estudo está sendo feito para resolver a situação.

Coparticipação

Outro ponto citado e reclamado pelos servidores presentes na manifestação é a possibilidade de ser incluída uma coparticipação para o uso dos serviços. “Eles usam o argumento de que a coparticipação seria para equilibrar o uso dos serviços de saúde, porque as pessoas estariam usando muito.  Ninguém pede para adoecer”, argumentou Rita de Cássia.

 Em junho deste ano, o titular da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplag), Eduardo Diogo, disse ao O POVO que a medida seria um estímulo ao “uso racional” do serviço e o dinheiro arrecadado seria usado para o “aperfeiçoamento do sistema”.

Serviço

Ouvidoria Issec

Endereço: rua Senador Pompeu, 685 – Centro

Telefone: 3101 4818

(Jornal O Povo, 04-09-2012, Samaisa dos Anjos  samaisa@opovo.com.br)


Diante dessa situação de sofrimento que padecem os servidores estaduais, sem assistência médico-hospitalar, o Sindicato – APEOC tem denunciado e reivindicado do governador do Estado o fim da insensibilidade que se eterniza no ISSEC. Possivelmente, em face dessa persistente luta do Sindicato APEOC, a direção do ISSEC comunicou há algumas semanas que havia autorizado uma segunda consulta por mês, quando solicitada por telefone. E se por ventura o servidor tenha necessidade de uma terceira consulta terá que se deslocar à sede do Instituto com relatório do médico solicitante.

Essa aparente abertura de atendimento, ou de direito a uma segunda consulta por mês, não significa que a direção do ISSEC elevou o número de atendimentos. Muito pelo contrário, ratificou o que já tinha preestabelecido em decisão anterior, de somente permitir ao servidor direito a 12 consultas por ano. Portanto, em nada melhorou os serviços do ISSEC.

O ISSEC nasceu mal e continua pior, apesar das reclamações formuladas pelo Sindicato APEOC, caixa de ressonância dos servidores da educação, principalmente dos que residem no interior do Estado, onde, literalmente, não existe atendimento médico-hospitalar disponível para assitir aos servidores do Estado.

A luta do Sindicato APEOC, segundo seu presidente, professor Anízio Melo, vai persistir até que o ISSEC decida implantar sistemático programa de atendimento à saúde dos servidores, com ilimitado número de consultas, internação hospitalar e exames laboratoriais. Direito previsto no Estatuto dos Servidores e no consenso dos bons patrões, públicos ou privados.

A luta do Sindicato APEOC vai continuar ao lado dos servidores até que todos os trabalhadores em educação tenham direito aos serviços de assistência médico-hospitalar, na capital e no interior.