Dizer que o Brasil é um país corrupto virou clichê nacional. Na fila da padaria ou em um bate-papo rápido no elevador, o assunto da vez é quase sempre um escândalo político estampado nos jornais.

A má impressão que se tem do poder público brasileiro foi confirmada pelo relatório do Índice de Percepção da Corrupção, divulgado pela ONG Transparência Internacional. Entre as 180 nações analisadas, o Brasil figura apenas na 75ª(Septuagésima quinta) posição no ranking dos mais honestos, uma posição intermediária, mas bem pouco confortável.

Por coincidência ou não, a 75ª colocação é a mesma em que o Brasil aparece em outro ranking, do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que avalia a qualidade de vida da população de 182 países, analisando dados bem objetivos, como o de mortalidade infantil, renda, escolaridade, acesso a saúde.

De fato, ao analisar as duas listas, é impossível deixar de acreditar que existem sim vínculos entre corrupção e pobreza – a quantidade dos recursos desviados do setor público muitas vezes é diretamente proporcional ao dinheiro que falta para ampliar programas sociais.