O jornalista Wanderley Pereira, fez uma análise do absurdo de crianças envolvidas com o crime, em artigo intitulado “Família, primeira escola da vida”.

Diz Wanderley Pereira: “Vemos todo dia essa tragédia da infância e da adolescência, como agentes e vítimas do crime. A infância de hoje, principalmente nos guetos de pobreza e miséria, não pode mais cantar aqueles versos do poeta fluminense Casemiro de Abreu: “Ó que saudades que tenho/ Da aurora da minha vida,/ Da minha infância querida,/Que os anos não trazem mais…”. Não podem mais cantar, porque não têm mais infância.

Vemos muito discurso bonito, uma farra de instituições e de ONGs em nome da defesa da criança e do adolescente. Mas não vemos os resultados. É preciso impedir que a criança chegue à criminalidade, porque depois que ela chegar aos centros de ressocialização, às delegacias da infância e da adolescência e outras instituições, elas não conseguem mais tomar o caminho de um bom futuro.

Por isso, são indispensáveis políticas públicas e maior participação da sociedade na educação da infância. E a educação que eu falo inclui a educação dos sentimentos que começa no lar. Veja que não se ensina mais a criança a rezar, a pensar em Deus, a plantar uma perspectiva de esperança e de responsabilidade.

Então, temos essa violência que vemos diariamente e que não será solucionada só com polícias nas ruas, mas com efetiva proteção à família, assistência aos lares que são a primeira, e a principal, escola da vida. É mais um caso de amor do que um caso de polícia.