Diz a História que ao avistar Canudos, o coronel Moreira Cesar comandante da terceira expedição do exército brasileiro que foi à Bahia, para dizimar o arraial fundado por Antônio Conselheiro, ordenou à tropa que continuasse a marcha com o sol a pino, pois, “queria almoçar em Canudos”, sua pretensão foi questionada pelo seu oficial imediato, Cel. Tamarindo que o advertiu sobre o cansaço dos soldados há várias horas marchando. Moreira Cesar não quis ouvir seu subcomandante e juntamente com a tropa rumou para canudos. Este ato que foi considerado  precipitado pelos analistas militares, foi o último do bravo e sectário coronel, constituindo-se assim num erro tático fatal para si e a maioria dos seus soldados.

Em qualquer luta estratégia e tática são fundamentais para a vitória. Nós profissionais do magistério somos combatentes numa guerra sem fim.  Enquanto a sociedade for dividida em classes, esta luta vai existir. As batalhas são freqüentes com avanços e recuos táticos visando à vitória. A precipitação leva a derrota como levou Moreira Cesar, um combatente experiente, porém sectário.

No que pese seus erros e limitações a Lei 11.738 que regulamentou a Piso Nacional dos profissionais do magistério, se constituiu num importante instrumento de luta nas mãos de nossa categoria. Foi nossa intensa mobilização em 2011 no Estado do Ceará em defesa da Lei do Piso, que impôs significativa derrota política ao governador e o obrigou a se comprometer em Lei, que 77% do FUNDEB em 2012, e 80% em 2013 e 2014 sejam vinculados ao salário dos profissionais do magistério. Esta conquista companheiros e companheiras, não foi coisa pouca, em nenhum Estado brasileiro as categorias em luta conseguiram este feito, parece que ainda não entendemos este importante ganho. Isto só para falar em conquista remuneratória. A manutenção do interstício de 5% entre os níveis foi outra conquista. Equiparação salarial entre temporários e efetivos; duas datas bases, janeiro e outubro e o sepultamento daquilo que a categoria denominou de “tabela maldita”. Tudo se deveu à tática acertada que os atores envolvidos na luta souberam empregar.

É fato que uma nova batalha se avizinha e nossos combatentes precisam está imbuídos de um forte sentimento de unidade. A divisão de nosso exército favorece nosso inimigo comum que é o governo do Estado. Vamos lutar agora pelo que ainda não se efetivou como: Valorização para todos profissionais do magistério, computador para efetivos, temporários e aposentados; descompressão na carreira; concurso público para professores e funcionários; universalização do beneficio alimentação e muitos outros.

Professores e professoras nossa categoria é vitoriosa, saímos da batalha de 2011 com a moral elevada e de cabeça erguida, nosso exército é formado de guerreiros e guerreiras obstinados e conseqüentes, em nossa tropa não há lugar para Moreira Césares,  o sectarismo é aliado da derrota.VAMOS A MAIS ESTA LUTA COM OS PÉS NO CHÃO E A TÁTICA ACERTADA NA CABEÇA!

Nagibe Nunes de Melo
Secretário para assuntos formação sindical