Municípios
Êxodo atrapalha o controle
De acordo com a Integrante da Coordenação Intersetorial Estadual do Bolsa Família e operadora estadual master do programa, Betânia Maria Gomes Raquel, pelo fato de o Ceará ter mais beneficiados se comparado a outros estados, ficam mais enfáticos os motivos que levam à ausência do aluno na sala de aula. Ainda segundo a operadora estadual master do Bolsa Família, 901.748 são as famílias beneficiadas pelo programa no Estado conforme o relatório de agosto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Para Rui Aguiar, oficial de projetos do escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Ceará, seria necessário haver uma maior articulação entre as secretarias municipais de educação, porque controlam a freqüência escolar, e assistência social, por controlarem o Bolsa Família.
“Os conselhos escolares, já que cada escola tem o seu, deveriam convocar reuniões para discutir a lista de presença dos estudantes, entender o porquê das faltas e planejar ações que visem à assiduidade”, defende o representante do Unicef.
Rui Aguiar defende, também, a participação do Ministério Público no controle dos alunos em sala de aula. De acordo com o oficial de projetos do escritório do Unicef, o Ministério Público poderia pressionar ainda mais o Executivo (no caso os prefeitos municipais, por meio das secretarias de Educação) a ter controle da situação do aluno infreqüente.
O levantamento do Ministério da Educação alerta para o problema social que o Brasil enfrenta. De acordo com o assessor jurídico do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Márcio Alan Menezes Moreira, as causas da evasão escolar são a negligência dos pais, o trabalho infantil e a violência doméstica. Problemas que precisam ser enfrentados pelo governo, nas três esferas administrativas.
Naiana Rodrigues
Repórter